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Sustentabilidade: Minhocas transformam lixo orgânico em adubo natural


“A minhoca é o arado da terra” escreveu Darwin depois de observá-las por 44 anos


A minhocultura consiste na criação de minhocas para pesca, na produção de ração animal, húmus e terra vegetal. Em alguns países a farinha da minhoca também é usada como suplemento na alimentação humana. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolve tecnologias em seu centro de pesquisas em Seropédica RJ, com um trabalho voltado para implantação e capacitação de agricultores.

Segundo o engenheiro agrônomo Ernani Jardins Reis, que é analista da Embrapa, a vermicompostagem ou minhocultura se insere em uma lógica de reciclagem de resíduos orgânicos. “Temos trabalhos nesse tema já sistematizados, e trata-se de uma prática bastante difundida junto aos agricultores, sobretudo os orgânicos e da agricultura familiar”, afirmou Ernani.


Eduardo Rossi Jacobucci é biólogo e professor de tênis de campo. Desde 1989 cria minhocas numa propriedade da família em Monte Mor, interior de São Paulo. A espécie cultivada é a Africana, que além de ser vendida como isca para pesca também produz húmus. Em 160 metros de canteiros Eduardo afirma que consegue retirar em média cinco toneladas de húmus por mês. O criador diz que falta minhocultures no mercado, toda sua produção é comercializada e não possui estoques.

O biólogo acredita que como adubo natural não tem nada melhor, pois a planta não precisa sintetizar, já vem pronto e acrescentou, “como disse Darwin na época, a minhoca é o arado da terra”. Segundo ele a pessoa que leva húmus, acaba levando junto minhocas pequenas e casulos que irão se desenvolver. Ainda de acordo com o produtor, esses filhotes estarão prontos para reprodução em 40 ou 50 dias. Na propriedade as minhocas são alimentadas com torta de filtro de cana, que é o resíduo das usinas de açúcar. Assim que passa pelo tubo digestivo já é sintetizado, o que levaria meses sem a ação dos anelídeos.


No vale do Paraíba, mais exatamente em São Luiz do Piratininga, quem cria minhocas é o pecuarista Romulo Babboni. Para aproveitar o esterco proveniente da criação de gado de corte, decidiu há seis anos implementar a minhocultura como atividade complementar. Sua produção é de oito toneladas ao mês que é distribuída no mercado varejista de São Paulo, viveiros no litoral e fruticultores da região.

A propriedade que trabalha é arrendada e ao contrário de Eduardo, Romulo não consegue escoar toda sua produção. Segundo ele, na teoria a rentabilidade é alta, já que um caminhão de esterco custa 500 reais. E o mesmo esterco transformado em húmus passa a valer dois mil reais. “O negócio não é tão vantajoso porque há pouca demanda, há excesso de produção, consequentemente estamos pensando em abandonar o negócio”, declara o criador.


(Matéria produzida para o site - https://medium.com/de-olho-na-agronomia - trabalho universitário 2015)


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